sexta-feira, 29 de novembro de 2013


Razão de ser - Paulo Leminski


Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Leminski, eu te entendo, sofro da mesma verborragia, preciso por para fora os sapos que engulo diariamente e assim digerí-los transformando-os em princípes.
E assim eu vou vivendo, de poema em poema, de crônica em crônica, de verso em verso, de prosa em prosa, sou feita de palavras e elas são também as minhas cicatrizes.

Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
Eu faço versos como quem morre.

Qualquer forma de amor vale a pena!
Qualquer forma de amor vale amar!

[Manuel Bandeira, Desencanto]



Concordo com o poeta em quase tudo, qualquer forma de amor vale a pena e vale amar desde que não  cause dor ou sofrimento, amar deve ser pleno...



Tá tudo errado nos dias atuais...
Coisas tomam o lugar das pessoas...
Sonhos morrem à míngua assassinados pelas ambições da realidade...
Amores definham diante da falta de amor...
E assim a gente vai vivendo...
Até quando?

sábado, 22 de dezembro de 2012

O que te desejo em 2013 e sempre...




Tenho lido muitos textos sobre o Natal e o Ano vindouro e isso me fez refletir sobre o que eu aprendi esse ano  o que desejo carregar daqui por diante e o que vou literalmente queimar deixar virar cinza, porque não serve mais para nada e muito menos para ninguém.

E ai eu percebi que 2012 foi um ano FENOMENAL na minha vida, um ano em que eu me descobri, que eu sai do casulo em que eu estava há alguns anos e que eu mesma criei para mim, por insegurança, por medo, por necessidade de agradar.

Um ano de conquistas pessoais, profissionais e o mais importante um ano de intensas experiências de fé que superaram todas as minhas palavras mais eficazes  ao me referir ao meu Senhor e sua misericórdia para comigo.

Um ano em que eu cai, chorei, sofri, sangrei e pensei que não fosse conseguir mas eu consegui e por isso  estou aqui e escrevo para registrar, porque viver é colecionar cicatrizes e amadurecer é conseguir olhar para elas sem pensar na dor e sim no que de bom foi feito da dor...

Um ano em que AMIGOS  se tornaram irmãos, que me compreenderam com um olhar, que me ouviram por horas, que me incentivaram a seguir, que me acolheram  e que  eu aprendi como nunca a selecionar o que é joio e o que é trigo no meu leque de amizades, sou amiga de muitos mas tenho  POUCOS  amigos essa é a verdade... e estou super bem com essa verdade.

Um ano que eu aprendi a olhar para trás e colocar em prática o meu discurso de que o HUMANO  é humano, que  erra, que dilacera, que  machuca, que faz o mal querendo o bem e que a nós também humanos cabem sempre algumas escolha como por exemplo: ignorar( péssima idéia, sofrimento em dobro), ruminar (como fazem os bovinos) e guardar mágoas ressecadas que adoecem o coração e o corpo acreditem!  Ou a melhor de todas, PERDOAR, sim porque perdoar tem um efeito devastador meus queridos, é uma corrente do bem que beneficia principalmente o perdoador, agrada ao coração do Senhor e ainda minora o pesar do ofensor.

Aprendi em 2012 bem mais do que em outros anos da minha vida e hoje creio que o melhor desejo para o fim de um ano de acertos e erros e começo de outro repleto de esperanças e sonhos se resume em 8 letrinhas: RESPEITO. Sim, respeito, honra, amor em roupas simples! Respeito ao Senhor e à sua Palavra, ao mais velho(a), ao mais novo(a), ao próximo(a), ao pródigo(a), ao perdido(a), ao amor, ao amado(a), aos animais e à natureza, enfim, RESPEITO!
Que a gente possa ou que ao menos tente seguir à velha máxima que ouvimos desde a meninice: " Não faça com os outros aquilo que não deseja para você..." E faça! Faça o bem, dedique o seu tempo a uma causa relevante ( mesmo que poucos te ajudem ou entendam), procure na sua rua, no seu bairro ou apenas olhe para o lado, retire suas viseiras ( sua canga), faça melhor, faça mais, não apenas olhe REPARE, porque certamente você fará a DIFERENÇA  na vida de alguém e esse sentimento de UTILIDADE DIVINA, será a força motriz da tua alma, da tua existência...

Seja ÚTIL,  seja luz, seja sal, tempere o ambiente que estiver, faça, sonhe, perdoe, acredite, realize, viva!

Como disse sabiamente Zélia Gattai, “Continuo achando graça nas coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores.” Por isso,meus queridos e queridas  desejo a todos vocês um 2013  MARAVILHOSO,  repleto de perdão, de verdadeiros amigos, de discernimento, de sabedoria, de amor, de paz e principalmente de fé, pois com essas ferramentas e obviamente com o SENHOR como autor e consumador da nossa fé TUDO É POSSÍVEL!

Eu, Aline Ouriques, pensando alto...feliz 2013!

domingo, 9 de dezembro de 2012





Sempre fui uma pessoa velha...e assim vou morrer.
Uma criança preocupada com a logística da brincadeira e com o bem estar de todos os amigos e ai depois eu curtia a brincadeira e depois eu pensava em mim, se eu estava gostando e se eu não estivesse tanto assim, não importava porque sempre me preencheu ser motivo de alegria para outros.
Era tão sério que eu era vista como a menininha que não se def

endia, sem ação e ai é que mora a graça da coisa porque sempre eu soube bem me defender, sempre fui estratégica e quando o fiz surpreendi e como é bom surpreender porque quem rotula é quem é óbvio, quem não enxerga, não repara...
Os anos passaram e nos dias de hoje eu tenho aprendido e muito com a inversão de valores das pessoas, não sei se eu sou um ET mas se eu for quero morrer ET, porque eu me importo, eu honro, eu acredito, eu invisto, eu sempre procuro acrescentar.
Hoje há um desrespeito galopante, há a falta de senso de ridículo e há maldade digna de contos de fadas é isso mesmo, maldade refinada, maldade planejada, maldade desejada, maldade...
Socorro! Precisamos de limites ou vamos todos perecer mais cedo do que já imaginamos um dia e quem semeia o mal, o mal irá colher, é matemática gente! Não precisa ser cristão ou ateu para entender isso, hello!!!
Mas quando eu quero chorar e me desanimar com esse MUNDO e com essas PESSOAS eu vislumbro alguns HUMANOS pois é, raça em extinção, que se importam, que escutam, que valorizam, que respeitam, que não invadem e ai meu coração se alegra, meu interior se enche de esperança e eu me sinto em casa no meu B- 612, no meu infinito particular, porque eu me importo com o que é importante e eu deixo para trás o que e quem não procura acrescentar.
Os anos passaram e hoje na fantástica década de Balzac eu me vejo criando asas, saindo do meu casulo, largando as literais toneladas que carregava, liberta do jugo, me reinvento para ser cada dia mais autêntica, mais eu...
Logo, em minha vida, ou soma, ou some por favor que eu vou seguir absurdamente diferente, surpreendentemente igual e do bem.


Aline Ouriques em verso e prosa...mais prosa.


Que...

Que seja doce até quando for fel...
Que seja bom mesmo quando é perverso...
Que seja puro mesmo quando é ardil...
Que acredite mesmo diante do inacreditável...
Que supere, que ultrapasse, que renasça, que seja...


Aline Ouriques em verso e prosa...